
vulto. - luvudo lyrics
[verso 1: caronte]
para ser honesto, perco a noção do tempo
tantas horas que ajeito o motor a jacto ao peito, tudo tenso
tremo, tremo
tremo como se os orgãos debaixo da minha pele
quisessem fugir de mim
tudo acontece e pior, acontece tudo muito pior
terrores nocturnos e a cama encharcada em suor
visitantes indesejados no escuro a meu redor
gânglios inflamados, letargia e laivos de dor
gore
modo sobrevivência
sem forma corpórea, numa névoa assim tão densa
hibernar sob toalhas e acordar em febre intensa
como querias tu ser poeta
se todos os parêntesis que escreves têm lepra?
é possível que tenhas lerpa escrito na testa
és metaforicamente um vaso que se quebra
só me apetece não ser
só me apetece não ser
flutuar entre o país basco e a casca de évora
vê_me a derreter num tasco em tarde amena
enquanto massajo as têmporas
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